sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Um porto de 2.600 anos no Mediterrâneo


Marselha. Ocupada desde os tempos pré-históricos, foi fundada, no ano de 600 a.C., por colonos vindos da cidade de Fócia, na Grécia, tornando-se a principal vila grega do mediterrâneo ocidental e a principal porta de comunicação entre as civilizações grega e gaulesa.





 Romana após a conquista por Julio César em 49. a. C., tornou-se um dos grandes centros da igreja no sudeste da França, graças ao poder da abadia de Saint Victor.


Durante a Idade Média, perde sua influência ao se tornar francesa, no século XV, passando por tempos difíceis, até que, ao final do século XX, começa a encontrar uma situação mais favorável.

Primeiramente conhecida como Massália, segue com o seu apelido de cidade Fócia, em homenagem aos gregos, que a descobriram devido a sua excelente  localização.

Hoje, a mais antiga e a segunda maior cidade da França, Marselha, tem pouco mais de 850 mil habitantes brindados com muito sol, peixes e o mediterrâneo aos seus pés.

Depois de Paris é a cidade mais filmada da França. Próximo dali, fica a Ilha d´If , famosa em "O conde de Monte Cristo".

A primeira vez que estive em Marselha foi em 1997, curiosa para conhecer onde o Brasil iria jogar na Copa do Mundo de 98. Fui recepcionada, calorosamente, pelo diretor do escritório de turismo e logo percebi que por conta do porto, era uma cidade multicultural e multirracial, acostumada a interagir com outros povos, tornando seus habitantes muito mais receptivos e atenciosos do que os estressados e apressados parisienses. Realmente uma diferença, quase, "berrante".

Marselha está a 800 km de Paris e a 3 horas de trem (TGV - Trem de Grande Velocidade).

A cidade é rodeada pelos famosos calanques - formações rochosas que terminam no mar-  onde a visita pode e deve ser feita.

O sotaque se parece muito a de italianos falando em francês e percebe-e que uma cidade porto é bem menos informal e muito mais aconchegante do que outras da Europa. Creio que também o clima ajude bastante, uma vez que o sol aparece 300 dias por ano, aquecendo a alma destes nativos. Nada mal!

O Mistral, rei dos ventos, que sopra 90 dias por ano, oferece ao céu de Marselha esta pureza e esta luz tão especial que os pintores mais famosos vieram pintar nas suas telas.


Há quem não goste da cidade, um tanto violenta, dizem, mas para quem vai a Paris ou vive em São Paulo, nada de tão espetacular nesta questão. Batedor de carteira não é exclusividade desta cidade que possui um charme irresistível.

Há um quadro de Cézanne no Masp, retratando um dos trechos da cidade a partir do porto de L´Estaque. O título é Rochers a l´Estaque, 1882.


A cidade é dividida pelo Velho Porto, que fica bem no centro. Do lado norte encontra-se o bairro mais antigo, o Panier, onde vivem os pescadores e grande parte dos monumentos históricos. Do lado sul, a parte residencial da burguesia e as praias.


Um dos passeios mais típicos e pitorescos na cidade é perder-se pelas ruelas no bairro Panier, onde fica a velha Marselha. Bairro dos pescadores que vivem entre ruelas, escadarias, alamedas tão estreitas quanto antigas, onde guardam fachadas e arquitetura típicas e intocadas. 

Dê um tempo a você mesmo para, de fato, vivenciar este bairro e encontrar ângulos para fotos coloridas e originais!


Impossível deixar de provar o Bouillabaisse do restaurante Chez Fon Fon, mostrado na foto acima.

O prato, tão original e típico quanto a nossa feijoada, é um assunto sério. O nome vem do tipo de cozimento, onde deve-se levantar a fervura e em seguida baixar o fogo. 

Conta a história, que o prato surgiu dos peixes que não haviam sido vendidos pelos pescadores e então era feito este ensopado, utilizando peixes típicos do mediterrâneo com temperos e especiarias como azeite e alho. 



Ouriço também é um prato a ser degustado por corajosos!!


A origem do nome do hino da França: La Marseillaise

Em 1712, Rouget de Lisle, jovem oficial, compôs, em Estrasburgo, o canto de guerra da armada do Reno. Este hino foi dedicado, primeiramente, a cidade de Marselha, que acolheu a revolução com entusiasmo. Enviando 500 voluntários a Paris, oferecera-lhes um banquete, quando um certo François Mireur canta a composição, vinda de Estrasburgo. A canção eleva o entusiasmo dos voluntários que passam a cantar em coro. Quando desfilam pelas ruas de Paris, a voz quente meridional que cantavam com toda vontade, estrofes infladas e eletrizantes, deu origem ao nome.

Uma placa em homenagem a Rouget de Lisle, pode ser vista no centro de Marselha.


A Seleção Brasileira ganhou da Holandesa por pênaltis na Copa de 98! Foi a única vez que senti muita pena ao ver o sofrimento de um adversário do Brasil. Eles choravam pelas sarjetas da cidade.

Em 2013, Marselha recebe a honra de ser a Capital Cultural e, com isto, além de diversas exposições e apresentações, aproveita o momento para inaugurar o Museu das Civilizações da Europa e Mediterrâneo, o belíssimo MuCEM :

Não esqueça o seu sabão de Marselha, que pode ser usado tanto para o banho quanto para lavar roupas. Ele é feito de azeites, sem conservantes, e com aroma de lavanda, 100% biodegradável.

O original era feito com 600 gramas de sabão como a foto abaixo:


Algumas fotos além das minhas, foram cedidas pela Office de Tourisme de Marseille que tem, em seu diretor, um simpatizante dos turistas brasileiros! 

Max, merci pour les photos!! Bisoux!!

Para saber mais sobre Marseille clique no link abaixo:
http://otempopodeserlongooucurto.blogspot.com.br/2013/11/o-melhor-restaurante-do-mundo-e-ilha-do.html


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